sábado, 3 de junho de 2017

BUFFON


Terminada a partida, foi o perfil de Buffon que mais sobressaiu. Gladiador isolado no meio da arena, não tinha gajas à sua volta nem miúdos para a fotografia, não tinha filhos nem mães Dolores, era um guerreiro afastado do espectáculo com a derrota nas luvas. 

Com praticamente 40 anos feitos, Gianluigi Buffon está, como se costuma dizer, arrumado para a bola. Mesmo entre postes, os 40 são a morte do artista. No momento derradeiro era só ele e a derrota, uma luz bárbara a contrastar com as lentejoulas dos vencedores. 

Buffon, eu estava a torcer pelo Ronaldo. Mas no final foi contigo que fiquei. 

6 comentários:

Evandro disse...

Eu não estava a torcer por ninguém. Mas no final foi com ele que fiquei.

flor disse...

100% com este post.

hmbf disse...

façamos um clube

Carlos Ramos disse...

Não estava a torcer pelo Ronaldo, nunca admirei as qualidades do dito, refiro-me às humanas, as de caracter, que são as que mais importam, as de futebolista são inegáveis. prefiro os verdadeiros heróis, os derrotados, pelo tempo ou pelo sortilégio do jogo. Neste caso assinalo a verticalidade digna de JLB e já agora recordo a despedida magnifica de Francesco Totti da Roma, exemplos como infelizmente já existem muto poucos.

hmbf disse...

Por acaso discordo dessa coisa do carácter, que não conheço senão pelo que a imprensa empolga. Para o que o rapaz conseguiu, até o julgo bastante equilibrado. Desculpo-lhe a vaidade como não desculparia a alguém que a não justificasse. E tem tido atitudes humanitárias dignas de nota. Tinha tudo para correr mal, mas a mãe Dolores deve ter ali forte influência. Enfim, é difícil imaginar o que possa ser uma vida daquelas. A cada gesto, o mundo inteiro à espreita.

Carlos Ramos disse...

Pois são essas a que me refiro, das outras, se as houver só podemos especular. Quanto à caridade humanitária, quem dá um tostão de um milhão não será razão para elogios.