sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

MENINOS


O cumprimento é uma das formas que tenho de apurar o carácter de uma pessoa. Não me refiro ao tipo de cumprimento, mas ao cumprimento ele mesmo. Alguém que te conhece e te vê em algum lado fingindo que não viu, evitando o cumprimento ou adiando-o à espera, porventura, de ser cumprimentado, não é propriamente um cretino. É só uma pessoa infantil. Como não suporto gente adulta com comportamentos infantis, faço questão de mostrar o que é ser homenzinho e estendo a mão com complacência e afecto. Às vezes até faço uma festinha no ombro, como quem afaga o pêlo ao cão. É uma questão de educação, assim como quem diz: vês, não custa nada, só fica bem, depois podemos voltar a ignorar-nos para o resto das nossas vidas.

2 comentários:

Anónimo disse...

está a confundir as coisas. muitas vezes não há mesmo nada para dizer, nem bom dia nem boa tarde. ou então é timidez, ou falta de paciência, ou tudo junto, ou está a dormir acordado, ou acordado a dormir, ou pura e simplesmente não gosta de si.

seja como for, o cumprimento é um comportamento (regra de etiqueta) sobrevalorizado. tenho vizinhos que sempre que me vêem nas escadas do prédio cumprimentam-me, se me encontram no meio da rua desviam a cara. eu regra geral olho de frente e se falam, falam, se não falam, não falam. Acontece-me também ex-colegas de escola. fico às vezes a olhar fixamente se conheço ou não conheço a pessoa... sobretudo aqueles gajos que a dada altura se dedicaram ao ginásio e agora parecem jogadores de rubgy... regra geral desviam o olhar, que se lixe.

aconteceu-me o ano passado, nas finanças, um gajo barbudo e gordo a olhar para mim e a sorrir, dando a sensação que se dirigia a mim. aí fui eu que desviei o olhar, ignorando-o, admito. depois de pagar o que tinha a pagar, ao caminhar na rua, imaginei esse mesmo gajo com menos 10 kg e sem barba e era claramente um ex-colega de escola que eu ignorei olimpicamente. é vida.

penso neste problema, de facto, e chego a uma conclusão diferente, talvez mais pessoal, se eu nem consigo reconhecer a malta que andou comigo na escola, se os meus vizinhos não me reconhecem a mim fora do ambiente aconchegante das escadas do prédio, ou não querem reconhecer ou o que seja, (talvez não concebam a ideia de eu existir fora do prédio...), não vale a pena perder 1 segundo que seja da minha vida a pensar no carácter dos outros. é mais ou menos como querer escrever um enciclopédia sem conseguir distinguir as vogais das consoantes. para mim.

hmbf disse...

pois, eu confundo muito as coisas. felizmente há quem veja tudo muito claro.