É preciso crear abysmos, para a humanidade que os não sabe saltar se engolfar nelles para sempre.
Crear todos os prazeres, os mais artificiaes possivel, os mais estupidos possivel, para que a chamma attraia e queime.
O problema da sobrepovoação, o problema da sobreproducção eliminam-se creando-se focos de eliminação humana (por meio de todos os vicios), creando focos de inercia humana (por meio de todas as seducções). Fazer suicidas, eis a grande solução sociologica.
É facil ouvir de qualquer megera limpa que "não crê na Lei de Christo", é animal-a em seguir a não-lei de Christo. Em trez annos está gasta e finda, e então descobre que o peor de não seguir a lei de Christo é que os outros a não seguem tambem. E o caixote do lixo recebe-a como ás theorias dos mestres a quem ella ensinou.
É nosso dever de sociologos untar o chão, ainda que seja com lágrimas, para que escorreguem nelle os que dançam.
E communistas, batonnières dos beiços, humanitarios, cultos do internacionalismo - tudo isso collabora ardentemente na eliminação d'elles mesmos que se precisa. Depois, dos recantos das provincias, onde tomam chá com a familia, ou lavram as terras sem theorias nem desejos, os fortes surgem e a civilização continúa.
Porque sempre a Realidade é um bocado de sol simples, um quintal herdado e a certeza de ser um individuo.
Fotografia: Jorge Aguiar Oliveira.
Texto: Álvaro de Campos.
2 comentários:
Subscrevo. Há gente a mais.
sem dúvida
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