Um grupo de cidadãos reuniu-se para redigir um
abaixo-assinado contra a obrigatoriedade da disciplina de cidadania. São
cidadãos que pretendem uma cidadania opcional, num país onde o civismo vai de vento em popa. Seria apenas patusco, não fossem
os contornos crípticos que tornam esta história um pouco abjecta. Há semanas,
andou a circular por aí a fotografia de uma menina numa manifestação do
Chega. A criança foi notícia por lhe terem vestido um cartaz que dizia: “sou
adoptada, angolana, meus pais são Chega”. A mãe mostrou-se arrependida a posteriori,
mas o mal estava feito. A criança fora usada como arma de arremesso político,
era uma criança-objecto. Agora temos um pai que resolve proibir os filhos de
frequentar uma disciplina, indiferente ao facto de os meninos poderem chumbar.
Para este pai, a sua oposição à disciplina de cidadania é mais relevante do que
o percurso escolar dos filhos. Artur Mesquita Guimarães foi delegado da
Associação das Famílias Numerosas, faz parte da Associação In Família de Braga,
é membro da Federação Portuguesa pela Vida, diz-se cristão católico e
conservador. O seu advogado, João Pacheco Amorim, foi candidato do Chega, em
Coimbra, nas últimas legislativas. As coisas são o que são e não vale a pena
iludi-las. O que me indigna em tudo isto é apenas o uso das crianças, a forma
como certos pais, por certo os melhores do mundo, não hesitam em servir-se dos
filhos para travarem as suas guerras pessoais. Imaginemos, por momentos, que a
disciplina de Religião e Moral era obrigatória. Pois claro que me oporia a tal
obrigatoriedade, mas jamais sacrificaria um ano escolar das minhas filhas como
forma de travar a minha batalha. Elas que fizessem a disciplina, que eu me
encarregaria do contraditório em casa. Neste caso a questão é tanto mais
absurda quanto são absolutamente anódinos os conteúdos da tal disciplina de
cidadania. Sérgio Sousa Pinto, caricatura de que jamais nos lembraríamos não
fossem estes escândalos nacionais, assina o tal abaixo-assinado argumentando
que a disciplina (ele chama-lhe cadeira) é inútil. A política portuguesa também
transborda de políticos inúteis, cuja obra é uma coisa em forma de assim. Não é
o caso de Sousa Pinto, ilustre político português, deveras útil à nação, que
tem feito coisas muito relevantes e sem dúvida significantes tais como certas
coisas que tem feito. Não obstante, olhamos para os signatários do “manifesto
anti-cidadania” e sentimos no ar um certo aroma bafiento. Aquilo é tudo gente
que no tempo da Mocidade Portuguesa comia o que lhe metiam no prato e calavam.
Gente pura e cristalina, fardada da mioleira aos pés.
10 comentários:
Eles vão avançando, lentamente
eles vão avançando e nós seguimos o passo! Saúde.
Na mouche o texto.
Acham que são donos dos filhos, se calhar se os maltratarem também dirão que nada temos a ver com isso, afinal são propriedade sua.
~CC~
O texto típico de um autoritário, acintoso e roçando a difamação. Os sociais fascistas são mesmo assim. E tentam passar por cívicos, quando não são mais que cripto-totalitários com agenda ultramarxista, essa ideologia que tem dado milhões de mortos. Gente que tenta fazer do Estado a alavanca para a sua agenda de cunho soviético. Repelente e cínico.
Robles de Sousa
Anónimo Robles de Sousa, compre juízo. Só mesmo comprando é que se vai safar, já que a natureza não lhe foi generosa.
Não preciso comprar nada, apesar do seu acinte tenho o suficiente juízo para referir que a si é que lhe falta algo de significativo para deixar de ser um poetinha medíocre e um opinador sem qualidade, usando o velho argumento da "falta de juízo" como se fazia na URSS quando, a exemplo do que você faz, alguém discordava. Olho-o com comiseração, pois é o suficiente.
Há um problema dos domínios da psiquiatria que consiste em projectar no outro os males de que se padece. Olhe que eu, com essa do acinte, não hesitaria em agendar consulta. O anonimato fica-lhe bem, não vá este soviético ultramarxista se lembrar de o comer ao pequeno almoço.
A sua atitude achincalhando o socialista e democrata Sérgio Sousa Pinto descreve o que você é na perfeição. E a sua atitude para comigo reforça essa atitude. Pois o que diz serve-lhe é a si na perfeição. Não é um soviético ultra-marxista, é apenas uma pessoínha muito desagradável e triste, na sua roupagem de pequenote totalitário. Passe muito bem...
Caríssimo, estimadíssimo, queridíssimo, excelentíssimo Anónimo, não se vá embora, por favor, fique, eu estou a gostar. Ora veja: «texto típico de um autoritário, acintoso». Poderia eu considerar isto difamatório? Ou só vossa excelência é que tem o direito? «Repelente e cínico», para rematar, sem sequer se dar ao trabalho de identificar onde no meu texto há algo que equivalha ao que vossa excelência infere. Depois continua: «poetinha medíocre e um opinador sem qualidade». Agradeço a sua opinião cheia de qualidades. E mais: «Não é um soviético ultra-marxista, é apenas uma pessoínha muito desagradável e triste, na sua roupagem de pequenote totalitário». Se isto não é para rir a bandeiras despregadas, não sei para que seja. A modos que, quando quiser comentar o texto desfocando-se da minha pessoa, terei todo o gosto em ouvi-lo. Para insultos ad hominem não merece outra coisa que não seja o escarro das caixas de comentários. E já estou a ter muita paciência, ó pobre, mas caríssima, estimadíssima, queridíssima, excelentíssima carcaça de Deus.
Hahahahaha, muito bom!
O Acintes de Sousa Robles,ahahahahaha!
Socialista e demócrata, ahahahahaha!
Valem mesmo muito pouco as palavras hoje em dia...Saúde ahahahahaha
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