segunda-feira, 14 de junho de 2021

MALES DE INVEJA

Cresci num meio em que as mezinhas e as tisanas produziam milagres, pelo que não me espanta que a minha publicação em weblogs com mais visitas seja uma oração contra o mau-olhado. Havia bruxas e bruxos na terra, videntes e médiuns capazes de adivinhações fantásticas, inacreditáveis. Estes xamãs das tribos civilizadas em território lusitano têm agora telemóveis potentes através dos quais marcam e vendem consultas. O zoom e a distância não são impedimentos para os feiticeiros com cardápio e preçário fixo. Actualizaram-se, acompanharam a evolução dos tempos e servem-se das novas tecnologias como outrora se serviam de bolas de cristal. Tudo isto soa a treta, mas há um fundo de verdade neste acreditar. Ouvi muitas vezes que no quebranto repousa um poder mortal. Males de inveja tratam-se com azeite e água, banhos de sal e orações certeiras. Neste caso, não está em causa um qualquer poder exercido sobre energias terceiras. Estará antes uma forma de reforço da nossa autoconfiança. A autoconfiança é o que nos protege da inveja. Não vem da sorte nem do acaso, alimenta-se com fiúza. Anda bater, tu bates bem, é o mesmo que dizer acredita em ti, tem fé em ti. Para o efeito, azeite, água e mantras também servem. Têm dúvidas?

2 comentários:

Marina Tadeu disse...

Não embora prescinda de reforços porque ninguém me inveja. Sou eu que invejo os outros o que me faz sentir inadequada aqui tão só entre os mortais a confeiçoar mezinhas para os meus clientes no Olimpo.

sonia disse...

Nunca fui dada a essas crendices até o dia em que coisas bizarras aconteceram comigo. Fui numa umbanda e me orientaram como resolver o problema. Foi fácil: apenas um banho de água mineral e sal tiraram o poder de um colar que arrebentava sozinho todos os dias....