terça-feira, 27 de setembro de 2022

DIAGNÓSTICO

 
Um povo elitista e altivo, orgulhoso da chico-espertice, cultor da estupidez e partidário da manhosice. Elites populistas e manhosas, endemicamente hipócritas nos costumes e convictamente arrivistas. Um proletariado amorfo e resignado. Gente cada vez mais individualista, reduzida aos lenitivos de um conforto consolador: smartphone, smart tv, smartmobile... A inteligência transferida para os gadgets, porque pensar é cansativo e criticar é inútil. Multidões vencidas pelo cansaço, outras pela indigência, outras tonificando músculos nos ginásios para conseguirem responder aos desafios da proto-pós-modernidade. Responder fisicamente, que o cérebro é cada vez mais músculo e cada vez menos intelecto. Este precisa de palavras. Como é de todos sabido, não há palavras. Simplesmente não há palavras.

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