CAVALO-MARINHO
quis ir ao seu fundo
mas a escuridão era infinita
ir sem rumo
no dorso do cavalo-marinho
sob a cassiopeia d'estrelas-do-mar
protegendo a existência
das tempestades
— Nunca os cavalos-marinhos
deviam viver pegados
a vulgares mortais! disse
e, quando trocou o crucifixo
d'oiro do fio de malha barbela
por um seco cavalo-marinho
ai Asmodeu Asmodeu
eu prendi-me ao seu peito
Jorge Aguiar Oliveira, in Aterro, Companhia das Ilhas, Maio de 2022, p. 58.
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