A ficção de Nuno Bragança tem subjacente uma visão do Homem e do Universo que assume claramente a perspectiva evolucionista, mantendo-se esta em pano de fundo, mas aflorando frequentemente à superfície do texto. Esta questão ganha um particular relevo pelo facto de o autor ser um católico progressista, podendo esta opção, por esse motivo, entrar em conflito com as directrizes da Igreja. Porém, ela é facilmente explicável se tivermos em conta a contemporaneidade do autor com as teorias do cientista e teólogo francês Teilhard de Chardin e do historiador Arnold J. Toynbee, ambos referidos e citados pelo auitor.
A presença desta perspectiva manifesta-se nas frequentes referências à sequência evolutiva do Homem e do Universo, mas também no posicionamento e no questionamento dos narradores e personagens, que de várias formas articulam e equacionam a frase «Vindos donde, indo para onde?»
A presença desta perspectiva manifesta-se nas frequentes referências à sequência evolutiva do Homem e do Universo, mas também no posicionamento e no questionamento dos narradores e personagens, que de várias formas articulam e equacionam a frase «Vindos donde, indo para onde?»
La Salette Loureiro, in Nuno Bragança - Mudar a Vida, Transformar o Mundo - Ensaios, Edições Esgotadas, 2024, p. 121.

Sem comentários:
Enviar um comentário