sábado, 5 de maio de 2018

UMA TREMENDA INJUSTIÇA


No século vinte, escreveram, na língua portuguesa falada deste lado do Atlântico, três — e apenas três — grandes poetas que foram igualmente capazes de alinhar prosa tão cintilante, consistente e universal quanto a respetiva poesia: Pessoa, Fiama e Herberto.



Quem o afirma é o Xilre, aqui. Uma tremenda injustiça reduzir o leque a três, desde logo porque no grupo modernista temos o Mário de Sá-Carneiro de A Confissão de Lúcio e o Almada Negreiros de Nome de Guerra. Não foram grandes poetas? Bem, e Jorge de Sena? Sinais de Fogo é só o melhor romance português do séc. XX. E Carlos Oliveira? Que ande esquecido, não é problema que macule a estatura da obra. E Vitorino Nemésio? E José Gomes Ferreira? E Miguel Torga? E Sophia? E as crónicas do O'Neill? Todos grandes poetas com prosa igualmente cintilante...

8 comentários:

Anónimo disse...

Já agora todos...

xilre disse...

Assumidamente, uma tremenda injustiça, baseada num critério exclusivamente de gosto pessoal e de uma apreciação inteiramente da subjetiva da prosa, face à sua originalidade, riqueza de ideias, sentido de humor (este, um padrão pessoalíssimo), contributo para a nossa língua comum.

Já o tema do melhor romance português do século XX gerará sempre outras tremendas injustiças, naturalmente. Como alguém recordava há algum tempo (não recordo quem), «A Ilustre Casa de Ramires» surgiu já no século XX. «Sinais de Fogo» é melhor? Não tenho a certeza…

hmbf disse...

Para mim, é. :-)

Diogo Almeida disse...

Mário de Sá-Carneiro não escreveu uma frase ou verso digno de ser dado a ler. Jorge de Sena pensa bem, mas escreve mal ou muito mal. Vitorino Nemésio, algum Lobo Antunes dos 1990. Há mais, noutros mapas.

hmbf disse...

Uau, Diogo... o que seria da literatura portuguesa sem os seus exigentíssimos leitores?

Anónimo disse...

Mas o Diogo Almeida é a Alexandra G?!

Diogo Almeida disse...

É o que penso. Tenho direito a pensar. Ou não?

hmbf disse...

Não me parece que pensar seja um direito. Presumo que seja uma faculdade. Bem ou mal, pensar, pensamos todos.