Os filósofos Cínicos levavam uma vida de extrema
austeridade, dispensando tudo o que fosse supérfluo. É paradigmático um
episódio que se contava sobre o filósofo Demétrio (c. 412/403 - c. 324/321
a.C.), que vivia num tonel e tinha, entre os pouquíssimos pertences, um
recipiente para beber água. Um dia, porém, viu uma criança que bebia da mão em
concha e, percebendo que até aquele utensílio era desnecessário, pô-lo de
parte.
Todos os portugueses deviam ler isto, pelo menos 100
vezes, antes de irem fazer praia. Reparem que não disse sempre, todos os dias,
o que não traria mal nenhum ao mundo, antes pelo contrário. Bastava que o
lessem antes de irem à praia, seria já um grande avanço civilizacional.
Tenho dito que uma das grandes vantagens de ler os
clássicos é eles não estarem pejados de citações e referências aos
contemporâneos, mas há mais. Esta, por exemplo, de nos clássicos estarmos
sempre a encontrar coisas novas, exactamente o oposto do que sucede com os
contemporâneos, em que tudo nos parece vetusto e antiquado.
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