Escreve Pedro Mexia: "A América que deixou impune o
autor moral do ataque ao Capitólio, e a que se compraz com a morte de um homem
que debatia ideias, ou que a instrumentaliza, é uma América antidemocrática e,
mais ainda, degenerada." A conclusão sobre a degeneração da América está
certa (bem-vindo), as premissas é que são falaciosas. Kirk não debatia ideias.
Vi alguns desses pseudodebates, autênticos ringues de retórica pífia,
"beefs" ao gosto populista, invariavelmente marcados por uma lógica
competitiva do estou a ganhar/estás a perder que nada tem que ver com debate de
ideias. A não ser que consideremos debate de ideias um Ventura aos berros que
só se ouve a si próprio, atropela os outros falando por cima, interrompendo,
perturbando com apartes sucessivos, etc. De resto, pegando no que o próprio
Kirk defendia, devemos considerar que o seu assassinato foi apenas o preço a
pagar pela liberdade. Não era isso que ele defendia quando havia massacres nas
escolas? A bem do acesso livre às armas, os mortos serão sempre danos
colaterais. A sua morte foi um mero dano colateral. A liberdade de disparar é
um valor superior na América do falecido Kirk.
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