1. "Paulo Núncio mostrou uma grande elevação de
carácter e o país deve muito ao doutor Paulo Núncio pelo trabalho de combate à
fraude e à evasão fiscal", disse Assunção Cristas aos jornalistas.
1. O antigo secretário de Estado dos Assuntos Fiscais, Paulo
Núncio, um dos nomes que está no centro da polémica sobre as declarações de transferências
para offshores, foi advogado da petrolífera venezuelana PDVSA, responsável
por uma boa parte dos 7,8 mil milhões que saíram do Banco Espírito Santo (BES)
para o Panamá, noticia esta sexta-feira o Observador.
=
2. Foi literalmente aos molhos que os funcionários da sede
nacional do CDS-PP levaram nos últimos - dias de Dezembro de 2004 para o balcão
do BES, na Rua do Comércio, em Lisboa, um total de 1.060.250 euros, para
depositar na conta do partido. Em apenas quatro dias foram feitos 105
depósitos, todos em notas, de montantes sempre inferiores a 12.500 euros,
quantia a partir da qual era obrigatória a comunicação às autoridades de
combate à corrupção.
(…)
Frisando que os 105 depósitos do CDS no BES foram feitos
entre os dias 27 e 30 de Dezembro de 2004, "muitos deles com intervalos de
minutos e a grande maioria em parcelas de 10 mil euros", os investigadores
da PJ descobriram também que os recibos para justificar a entrada daquelas
verbas nos cofres do partido teriam sido todos passados em datas posteriores
aos depósitos. Os próprios livros com os talões de recibos teriam sido
encomendados já em Janeiro de 2005.
Outros dados curiosos são os que se referem à
identificação dos doadores. Os funcionários da sede nacional do CDS emitiram um
total de 4216 recibos, neles anotando apenas o montante e o nome do doador,
notando a PJ tratar-se provavelmente de dados fictícios, exemplificando com o
"sonante e anedótico nome de doador "Jacinto Leite Capelo Rego",
no valor de 300 euros".
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