A poucos dias de se comemorar os direitos cívicos da
mulher (é isso, não é?), o eurodeputado polaco Janusz Korwin-Mikke proferiu
algumas verdades em parlamento e toda a gente lhe caiu em cima. Bem, não foi toda a gente. E talvez não tenha sido pelas verdades proferidas. De facto,
como afirmou Korwin-Mikke as mulheres são, em geral e segundo médias
cientificamente provadas, mais pequenas do que os homens. Talvez seja por isso
que tendam a calçar saltos altos. Também são mais fracas, isto é, têm menos
força. Os homens são por regra mais musculados, mais fortes, mais brutamontes. Portanto,
são já duas verdades. Por outro lado, as mulheres têm mais peito e mais anca. O que faz delas seres verdadeiramente apetecíveis. Mas isso não vem ao caso. O problema está em que o alto e possante Janusz também
disse que as mulheres são menos inteligentes do que os homens. Isto já não é
provável. Não me parece que exista uma inteligência mensurável separada do
objecto a que se aplica. As mulheres serão tão inteligentes quanto os homens,
embora possam ter aspectos da inteligência mais ou menos apurados do que o
género oposto. Por exemplo, as mulheres são deveras inteligentes a aturar eurodeputados
grosseiros. Colocando a questão da inteligência de lado, o maior problema nas
declarações de Janusz Korwin-Mikke reside na conclusão. Ora, o eurodeputado
polaco deduz que as mulheres devam ganhar menos do que os homens por serem mais
baixas e mais fracas. E se for um homem muito fraquinho e baixote? E os anões? E
os magricelas? Se o critério para um vencimento for a força e a altura, deverá
aquilo que os europeus pagam a um grunho como Janusz Korwin-Mikke servir de padrão para a distribuição da riqueza internacional? Qual será a altura do polaco?
Tem músculo? Inteligência já percebemos que tem pouca, mas essa, como se verifica,
é cada vez menos critério para o que quer que seja.
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