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Ao Ruy Leitão
Deixem-no só,
Sozinho,
Ao bebedor de estrelas.
Deixem-no só,
Sozinho,
Entregue à sua loucura,
À sua saúde,
Sem dicionário.
Deixem-no só,
Sozinho,
Neste momento
Em que as estrelas
Se descerram ao mundo.
Deixem-no só,
Sozinho,
Neste momento
Em que as estrelas cintilam.
Neste momento
Em que as estrelas
Proferem
Nos seus lábios
Os mistérios profundos
Que iluminam por toda a eternidade.
Deixem-no só,
Sozinho,
Ao bebedor de estrelas.
Deixem-no só,
Matar-se,
Por um pouco mais de claridade.
Ruy Cinatti, in Obra Poética, Volume I, pref. Joana Matos Frias, Assírio & Alvim, Outubro de 2016, pp. 213-214.
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