— «Hoje, de madrugada, vi a mulher mais feia de Lisboa, ao pé dum mar todo barrento e com grandes manchas de sangue. Também vi a minha filha que morreu, a voar com um ramo de louro na mão..»
— Vive satisfeito?
— «Ora! Aonde chego, ha sempre desgraça. Chego a Lisboa, greve de electricos. Chego ao Telhal, fogo em Sintra. Venho num comboio, a maquina perde vapor.»
— Gosta de aqui estar?
— Não desgosto...
— Mas, para eu estar em Portugal — só no manicomio ou, antes, na cervejaria da Trindade.»
— Vive satisfeito?
— «Ora! Aonde chego, ha sempre desgraça. Chego a Lisboa, greve de electricos. Chego ao Telhal, fogo em Sintra. Venho num comboio, a maquina perde vapor.»
— Gosta de aqui estar?
— Não desgosto...
— Mas, para eu estar em Portugal
Autor anónimo, in Almas Delirantes - do Telhal a Rilhafoles, poemas, textos, diálogos e cartas estudados pelo Dr. Luiz Cebola, organização e apresentação por Stefanie Gil Franco, Douda Correria, Março de 2019, p. 150.
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