segunda-feira, 26 de setembro de 2022

(GI)ORGIA DE FACHOS

 
Os senhores da UE não gostavam do Varoufakis, enquanto não fizerem da Grécia o que queriam não descansaram. Foram condescendendo com a Polónia e as reformas num sistema judicial cuja independência ficou "altamente comprometida". Têm sido condescendentes com Viktor Orbán na Hungria, apesar de reclamarem de "insuficientes medidas anticorrupção". Na Suécia, a extrema-direita xenófoba conseguiu mais de 20% dos votos. São os Democratas da Suécia. Na Holanda, o ano passado, a extrema-direita nunca teve tantos votos. Idem para Marine Le Pen, em França. Por cá a mesma coisa. Agora foi Itália e outros se seguirão. Entretanto, cidadãos de pleno direito, num mundo que há muito garante haver abolido a escravatura, continuam a amontoar-se em campos... de concentração? de refugiados? de migrantes? Grécia, Itália, França, Espanha têm sido o muro dessa gente que levantou um problema para o qual parece não haver solução, a não ser devolvê-los à proveniência, deixá-los naufragar no Mediterrâneo, detê-los em "campos de acolhimento". A extrema-direita continuará a crescer, diabolizando os migrantes como outrora diabolizaram os judeus, gritando muito em nome de um Deus que em pleno século XXI, a despeito de progresso científico e tecnológico, permanece nas cabeças das pessoas com mais clareza do que a tabuada. A fé está a ganhar terreno à razão, as novas tecnologias não ajudam e uma comunicação social subserviente também não. A máquina de estupidificação é fortíssima e será imparável, alimenta-se tanto da letargia e da apatia de uns como do fanatismo de outros. Se o presente é dos hipócritas, o futuro será, sem dúvida nenhuma, dos arrivistas. Meteram o socialismo na gaveta e hipotecaram o estado social a bem da saúde dos mercados. Pois agora aguentem a doença das sociedades.

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