É estúpido ler com o autor no pensamento. Quem é? Filho de quem? Como chegou aqui? Onde nasceu? Quando viveu? Um autor não devia ter rosto, nem sequer nome devia ter. Só a obra interessa. O texto devia ser o bilhete de identidade do autor, o único cartão de cidadão do autor. Há quem fique desconfortável com a avaliação cega, às aranhas sem a simpatia ou a antipatia com que apalpa o mundo. Um autor não devia ter rosto. Assim fosse, todos nós diríamos menos parvoíces e faríamos menos juízos obscenos.
2 comentários:
E assim seria uma verdadeira antologia do esquecimento
Parece-me fascinante ler um livro sem o autor em mente, mas não menos fascinante ter a época ou as circunstâncias que o levou a escrevê-lo. Que não é necessariamente saber como se veste ou como vive, mas talvez não esteja longe disso, afinal o autor está muito próximo da personagem para os leitores.
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