Lê-se amiúde na imprensa: "à semelhança do que
acontecia no passado"... A gente lê e cada uma das letras que compõem a
frase desata aos saltos como pulgas, ecoando incessantemente num tom de
criaturinhas insuportáveis: "à semelhança do que acontecia no
passado", "à semelhança do que acontecia no passado", "à
semelhança do que acontecia no passado"... Pode ser que um dia o discurso mude, e passemos a ler
mais vezes "em ruptura com o que acontecia no passado" ou
"diferente do que acontecia no passado" ou simplesmente "com
inovações relativamente ao que acontecia no passado". Talvez quando alguém
começar a pensar o futuro a preocupação central deixe de ser essa de fazer à
semelhança do que acontecia no passado.
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