Vim para casa a pensar numa hipótese para este poema, a
qual ainda não me parece satisfatória. Apoiei-me numa tradução inglesa que encontrei
em rede e fui comparando com outras em castelhano, francês, português do
Brasil. Por ora, fica assim:
PERCO OS MEUS GRITOS
Perco os meus gritos
como quem perde o
dinheiro, a pasta,
o coração, eu perco
os meus gritos impetuosos
em Roma, em qualquer lugar,
em Berlim, perco-os
verdadeiramente na rua
até o meu cérebro ficar
vermelho-sangue por dentro,
tudo perdendo,
incluindo a revolta
pelos sonhos de alguém
poderem ser perdidos
em qualquer dia
e em qualquer lugar.
como quem perde o
dinheiro, a pasta,
o coração, eu perco
os meus gritos impetuosos
em Roma, em qualquer lugar,
em Berlim, perco-os
verdadeiramente na rua
até o meu cérebro ficar
vermelho-sangue por dentro,
tudo perdendo,
incluindo a revolta
pelos sonhos de alguém
poderem ser perdidos
em qualquer dia
e em qualquer lugar.
Ingeborg Bachmann (1926-1973)
Versão de HMBF, a partir da tradução inglesa de Peter
Filkins. Nota: o número 19 da Eufeme - magazine de poesia, datado de Abril/Junho de 2021, traz alguns poemas de Bachmann traduzidos por Yvette K. Centeno.
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