sábado, 4 de novembro de 2023

PELA DESTITUIÇÃO DE MARCELO, JÁ!

 


Marcelo não é o presidente de todos os portugueses.
Marcelo é o presidente dos padres, das vedetas televisivas, da selecção.
Marcelo não é o presidente dos afectos, é um presidente afectado.
Marcelo acha que não foram assim tantas as vítimas de pedofilia na Igreja, como se uma não bastasse.
Marcelo acha que um jogo da selecção portuguesa de futebol é mais relevante do que milhares de trabalhadores mortos a construírem estádios para entreter gente rica.
Marcelo está preocupado com os decotes das raparigas e com as cadeiras onde se sentam pessoas obesas.
Marcelo envergonha-nos.
Marcelo gosta de selfies.
Marcelo gosta de exibir o tronco nu na praia e a ser vacinado.
Marcelo é um parolo.
Marcelo é um exibicionista.
Marcelo não dá apertos de mão, arranca braços, e acha muita graça a si próprio.
Marcelo enche a boca com o Papa Francisco, mas não tem um pingo de Papa Francisco no coração.
Marcelo envergonha-nos com o tratamento dado ao representante da missão diplomática da Palestina em Portugal.
Marcelo não está com os portugueses que na rua se têm manifestado pelo cessar-fogo em Gaza e a libertação da Palestina.
Marcelo envergonha os portugueses que lutaram pela independência de Timor Leste.
Marcelo é parcial e faccioso.
Marcelo desculpa a intervenção de Israel dizendo que foi a Palestina quem começou.
Marcelo não distingue os métodos censuráveis de um grupo radical religioso da vontade do povo palestiniano.
Marcelo não condena veementemente o terrorismo-de-estado israelita.
Marcelo não percebe que ao dizer o que disse está a justificar o massacre de milhares de civis, a maioria crianças, mulheres, idosos e gente indefesa, desprotegida.
Marcelo não tem empatia por milhares de crianças esmagadas pelas bombas de Israel, tal como não teve empatia pelas vítimas de pedofilia na Igreja portuguesa ou os trabalhadores no Qatar, país que há anos patrocina o Hamas.
Marcelo não é ignorante, é simplesmente insensível.
Marcelo não entende que ao dizer o que disse está a comprometer Portugal e os portugueses, entre os quais vivem milhares de muçulmanos, árabes, toda uma comunidade islâmica que certamente estará indignada com as suas palavras.
Marcelo desrespeita as raízes árabes do nosso país, as quais se mantêm até hoje na língua que falamos, na toponímia das nossas cidades e aldeias, na nossa gastronomia.
Marcelo devia saber que a nossa cultura é árabe, é judaica, é cristã, pelo que a todos é devido o mesmo respeito e a mesma empatia.
Marcelo usa o argumento do “pôs-se a jeito” como qualquer bronco ou burgesso o usa para justificar violações de mulheres, ataques terroristas, todo o tipo de atropelos à dignidade humana e à liberdade dos cidadãos.
Marcelo é um idiota que envergonha uma nação inteira, uma nação de gente onde corre um sangue multicultural.
Marcelo faz orelhas moucas das palavras equilibradas do actual secretário-geral das Nações Unidas.
Marcelo faz orelhas moucas dos relatórios dos observadores das Nações Unidas, da Unicef, da Amnistia Internacional, da Human Rights Watch e de inúmeras outras organizações que há muito vêm denunciando o regime segregacionista imposto ao povo palestiniano, a perseguição do povo palestiniano, o desrespeito pelo povo palestiniano.
Marcelo não quer saber das dezenas de jornalistas assassinados pelas balas de Israel nos últimos anos, 29 só nas últimas semanas.
Marcelo deve um pedido de desculpas ao povo da Palestina.
Marcelo deve um pedido de desculpas aos portugueses.
Marcelo devia ter vergonha na cara.
 
Pela destituição de Marcelo, já!

5 comentários:

CCF disse...

Onde se assina por baixo?
~CC~

hmbf disse...

Está assinado.

Afonso Jorge disse...

Totalmente de acordo.

Transhümantes disse...

Pois desta vez estou em desacordo contigo. Antes de nada o Marcelo é um actor e como tal deve representar da melhor maneira as expectativas da sua audiência. Consigo facilmente escutar a mesma palavras num comentário feito pelo comum dos portugueses. Um comentário popularucho de quem assiste a uma briga e de imediato aponta o dedo a um dos lados. O Marcelo é o presidente dos portugueses agora se não queres aceitar as evidências é outra coisa. A máquina de marketing que tem por detrás sabe muito bem como são e como pensa o povo português. Se ele dissesse que apoiaria a Palestina seguramente o diría como os portugueses gostam de ouvir. Talvez com ideias como, "Estavam mesmo a pedi-las" ou "Tantas vezes vai o cântaro ao poço, que lá lhe fica o pescoço"...uma dessas merdas que se ouvem nos cafés e nas paragens de autocarro Não se pode querer ser português e não se ser confundido com ignorante porque até ao momento estes não conseguiram livrar-se desse fado. É uma força maior e colectiva.
Abraço cordial!

L. disse...

não há elaboração que possa diminuir a enormidade do que ele disse. em dez anos de cavaco presidente nunca fiquei tão chocado como com isto. e sou presidente do clube nacional dos anti cavacos.