Marcelo
não é o presidente de todos os portugueses.
Marcelo
é o presidente dos padres, das vedetas televisivas, da selecção.
Marcelo
não é o presidente dos afectos, é um presidente afectado.
Marcelo
acha que não foram assim tantas as vítimas de pedofilia na Igreja, como se uma
não bastasse.
Marcelo
acha que um jogo da selecção portuguesa de futebol é mais relevante do que
milhares de trabalhadores mortos a construírem estádios para entreter gente
rica.
Marcelo
está preocupado com os decotes das raparigas e com as cadeiras onde se sentam
pessoas obesas.
Marcelo
envergonha-nos.
Marcelo
gosta de selfies.
Marcelo
gosta de exibir o tronco nu na praia e a ser vacinado.
Marcelo
é um parolo.
Marcelo
é um exibicionista.
Marcelo
não dá apertos de mão, arranca braços, e acha muita graça a si próprio.
Marcelo
enche a boca com o Papa Francisco, mas não tem um pingo de Papa Francisco no
coração.
Marcelo
envergonha-nos com o tratamento dado ao representante da missão diplomática da
Palestina em Portugal.
Marcelo
não está com os portugueses que na rua se têm manifestado pelo cessar-fogo em
Gaza e a libertação da Palestina.
Marcelo
envergonha os portugueses que lutaram pela independência de Timor Leste.
Marcelo
é parcial e faccioso.
Marcelo
desculpa a intervenção de Israel dizendo que foi a Palestina quem começou.
Marcelo
não distingue os métodos censuráveis de um grupo radical religioso da vontade
do povo palestiniano.
Marcelo
não condena veementemente o terrorismo-de-estado israelita.
Marcelo
não percebe que ao dizer o que disse está a justificar o massacre de milhares
de civis, a maioria crianças, mulheres, idosos e gente indefesa, desprotegida.
Marcelo
não tem empatia por milhares de crianças esmagadas pelas bombas de Israel, tal
como não teve empatia pelas vítimas de pedofilia na Igreja portuguesa ou os
trabalhadores no Qatar, país que há anos patrocina o Hamas.
Marcelo
não é ignorante, é simplesmente insensível.
Marcelo
não entende que ao dizer o que disse está a comprometer Portugal e os
portugueses, entre os quais vivem milhares de muçulmanos, árabes, toda uma
comunidade islâmica que certamente estará indignada com as suas palavras.
Marcelo
desrespeita as raízes árabes do nosso país, as quais se mantêm até hoje na
língua que falamos, na toponímia das nossas cidades e aldeias, na nossa gastronomia.
Marcelo
devia saber que a nossa cultura é árabe, é judaica, é cristã, pelo que a todos
é devido o mesmo respeito e a mesma empatia.
Marcelo
usa o argumento do “pôs-se a jeito” como qualquer bronco ou burgesso o usa para
justificar violações de mulheres, ataques terroristas, todo o tipo de atropelos
à dignidade humana e à liberdade dos cidadãos.
Marcelo
é um idiota que envergonha uma nação inteira, uma nação de gente onde corre um
sangue multicultural.
Marcelo
faz orelhas moucas das palavras equilibradas do actual secretário-geral das
Nações Unidas.
Marcelo
faz orelhas moucas dos relatórios dos observadores das Nações Unidas, da
Unicef, da Amnistia Internacional, da Human Rights Watch e de inúmeras outras organizações
que há muito vêm denunciando o regime segregacionista imposto ao povo
palestiniano, a perseguição do povo palestiniano, o desrespeito pelo povo
palestiniano.
Marcelo
não quer saber das dezenas de jornalistas assassinados pelas balas de Israel
nos últimos anos, 29 só nas últimas semanas.
Marcelo
deve um pedido de desculpas ao povo da Palestina.
Marcelo
deve um pedido de desculpas aos portugueses.
Marcelo
devia ter vergonha na cara.
Pela
destituição de Marcelo, já!
5 comentários:
Onde se assina por baixo?
~CC~
Está assinado.
Totalmente de acordo.
Pois desta vez estou em desacordo contigo. Antes de nada o Marcelo é um actor e como tal deve representar da melhor maneira as expectativas da sua audiência. Consigo facilmente escutar a mesma palavras num comentário feito pelo comum dos portugueses. Um comentário popularucho de quem assiste a uma briga e de imediato aponta o dedo a um dos lados. O Marcelo é o presidente dos portugueses agora se não queres aceitar as evidências é outra coisa. A máquina de marketing que tem por detrás sabe muito bem como são e como pensa o povo português. Se ele dissesse que apoiaria a Palestina seguramente o diría como os portugueses gostam de ouvir. Talvez com ideias como, "Estavam mesmo a pedi-las" ou "Tantas vezes vai o cântaro ao poço, que lá lhe fica o pescoço"...uma dessas merdas que se ouvem nos cafés e nas paragens de autocarro Não se pode querer ser português e não se ser confundido com ignorante porque até ao momento estes não conseguiram livrar-se desse fado. É uma força maior e colectiva.
Abraço cordial!
não há elaboração que possa diminuir a enormidade do que ele disse. em dez anos de cavaco presidente nunca fiquei tão chocado como com isto. e sou presidente do clube nacional dos anti cavacos.
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