segunda-feira, 7 de maio de 2007

UM POEMA PARA FIAMA

 


Deles fica a obra que fizeram.
Fiama Hasse Pais Brandão
 
A dor é o que há de mais humano
em deus, a luz que o pontifica.
Quando crescemos no interior
de uma ausência permanente,
o sagrado que se oculta
por detrás da nossa pressa
tende a mergulhar num mar
profundo de incógnitas.
Procurar respostas é humano,
inspirar dúvidas é divino.
Mas a dor, a dor é o que há
de mais humano em deus.
Não importa quem começou o quê.
Certo é ter havido homens
mais próximos dessa condição
que dizemos sagrada
do que todos os deuses do mundo
numa orgia de perfeição.
Sei que na dor nós vencemos.
Sei que pela dor nós crescemos
até ao mais alto dos céus: a obra
que fica na carne da língua.
Não será essa a nossa condição?
Um sacrifício de sangue, uma prisão
de desejos, uma força de criar?
Resta-nos uma vida, um adeus.
 
Henrique Manuel Bento Fialho, in Um poema para Fiama, coordenação de Maria Teresa Dias Furtado e Maria do Sameiro Barroso, Labirinto, Maio de 2007, p. 36.
 
Poemas de Alexandre Vargas, Anna Hartherly [sic], Ana Marques Gastão, Angelina Costa Lima, António Graça de Abreu, António José Queirós, António Salvado, Artur Coimbra, Carlos Vaz, Casimiro de Brito, Claudia Storz, Daniel Gonçalves, Ernesto Rodrigues, Eva Chistina Zeller [sic], Fernando Guimarães, Fernando J. B. Martinho, Gisela Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Helena Carvalho Buescu [sic], Henrique Manuel Bento Fialho, Inês Lorenço [sic], Isaac Pereira, Isabel Cristina Pires, Jaime Rocha, João Ricardo Lopes, João Rui de Sousa, Joana Ruas, Joaquim Cardoso Dias, Jorge Lispopad [sic], Jorge Reis Sá [sic], José Agostinho Baptista, José Félix Duque, José Manuel de Vasconcelos, José Tolentino Mendonça, Josiane Alfonsi, Luís Quintais, Maria Andresen, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Fernandes, Maria João Reynaud, Maria Teresa Dias Furtado, Maria Teresa Horta, Paulinho Assunção, Pedro Eira [sic], Pompeu Miguel Martins, Regina Gouveia, Rita Taborda Duarte, Rui Costa, Ruy Ventura, Urbano Tavares Rodrigues, Valter Hugo Mãe [sic], Vítor Oliveira Jorge, Victor Oliveira Mateus.

Sem comentários: