
Deles fica a obra que
fizeram.
Fiama Hasse Pais Brandão
A dor é o que há de mais
humano
em deus, a luz que o
pontifica.
Quando crescemos no interior
de uma ausência permanente,
o sagrado que se oculta
por detrás da nossa pressa
tende a mergulhar num mar
profundo de incógnitas.
Procurar respostas é humano,
inspirar dúvidas é divino.
Mas a dor, a dor é o que há
de mais humano em deus.
Não importa quem começou o
quê.
Certo é ter havido homens
mais próximos dessa condição
que dizemos sagrada
do que todos os deuses do
mundo
numa orgia de perfeição.
Sei que na dor nós vencemos.
Sei que pela dor nós crescemos
até ao mais alto dos céus: a
obra
que fica na carne da língua.
Não será essa a nossa
condição?
Um sacrifício de sangue, uma
prisão
de desejos, uma força de
criar?
Resta-nos uma vida, um adeus.
Henrique Manuel Bento Fialho,
in Um poema para Fiama, coordenação de Maria Teresa Dias Furtado e Maria do
Sameiro Barroso, Labirinto, Maio de 2007, p. 36.
Poemas de Alexandre Vargas,
Anna Hartherly [sic], Ana Marques Gastão, Angelina Costa Lima, António Graça de
Abreu, António José Queirós, António Salvado, Artur Coimbra, Carlos Vaz,
Casimiro de Brito, Claudia Storz, Daniel Gonçalves, Ernesto Rodrigues, Eva
Chistina Zeller [sic], Fernando Guimarães, Fernando J. B. Martinho, Gisela
Ramos Rosa, Gonçalo Salvado, Helena Carvalho Buescu [sic], Henrique Manuel
Bento Fialho, Inês Lorenço [sic], Isaac Pereira, Isabel Cristina Pires, Jaime
Rocha, João Ricardo Lopes, João Rui de Sousa, Joana Ruas, Joaquim Cardoso Dias,
Jorge Lispopad [sic], Jorge Reis Sá [sic], José Agostinho Baptista, José Félix
Duque, José Manuel de Vasconcelos, José Tolentino Mendonça, Josiane Alfonsi,
Luís Quintais, Maria Andresen, Maria do Sameiro Barroso, Maria João Fernandes,
Maria João Reynaud, Maria Teresa Dias Furtado, Maria Teresa Horta, Paulinho
Assunção, Pedro Eira [sic], Pompeu Miguel Martins, Regina Gouveia, Rita Taborda
Duarte, Rui Costa, Ruy Ventura, Urbano Tavares Rodrigues, Valter Hugo Mãe
[sic], Vítor Oliveira Jorge, Victor Oliveira Mateus.
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