sexta-feira, 28 de outubro de 2016

APLICAÇÕES PARA VARRER O MUNDO

A política aborrece-me cada vez mais, esta política de intriga que entusiasma painéis de comentadores e atiça hostes em fúria. Convertida num entretenimento como outro qualquer, um circo de palhaços todos de bem com a vida, a política já nem pode ser transfigurada na grande porca. A grande porca tinha tetas e aleitava leitões. Isto agora é uma espécie de quintal de cucos, todos a comerem os ovos uns aos outros, numa algaraviada sem sentido onde se vislumbram penas de rancor por nenhuma cabeça trazer ao alto a crista desejada. Sem paciência e enojado, afasto-me e desligo com o pior dos sentimentos no olhar: pena. Pelos que precisam e não têm quem lhes acuda, nem sequer têm quem com eles se preocupe. O mundo anda entretido com ninharias, vaidades, presunções. O resultado vem ficando deveras explanado neste ano des-iludido. Primeiro no Brasil, com o espectáculo deplorável do impeachment. Juras a deus, cuspidelas, elogios à ditadura, de tudo se viu e ouvir. Para quê? Entretanto, as eleições na maior potência do mundo estendem-se no tempo como um tapete de porcaria. A escolha do melhor entre os piores não deixa sequer opções. É tudo tão baixo e medíocre naquela gigantesca potência que da lição só podemos concluir não haver entre anões e gigantes diferença que não seja os maiores produzirem mais dejectos. Para quê acrescentar as derivas europeias, a Rússia de Putin, a miséria desamparada dos refugiados, o terror sírio? Para quê? De que nos vale? Política. Alguém que no tal Web Summit apresente uma aplicação que varra do planeta toda essa gente instalada, merecerá o meu total, incondicional, inquestionável aplauso. 

Sem comentários: