Num artigo de imprensa anuncia-se a história secreta de
António Variações. Jornais e revistas são fontes fecundas em histórias
secretas, as quais vão parar a livros e vice-versa. O secretismo destes artigos
tem certas particularidades, nomeadamente a paradoxal relação entre secreto e
revelado. Desvelado o segredo, deixa de ser segredo. Logo, a história não é
secreta. É apenas isco para curiosos, apelo ao voyeurismo, argumento de venda.
Neste momento, nos tops das livrarias, temos a história secreta de um
farmacêutico de Auschwitz. Mas já antes tivemos, nos tops ou nos destaques, a
história secreta da Gestapo, a história secreta de Twin Peaks, a história
secreta dos Reis portugueses, a história secreta do atentado a Salazar, a
história secreta de Snowden, a história secreta de Portugal, a história secreta
de Pio XI, a história secreta de Lorde Byron, a história secreta dos irmãos
Fidel e Raúl, a história secreta do Goldman Sachs, da Opus Dei, dos Beatles, do
Capuchinho Vermelho, de Pedro e o Lobo, da humanidade… Esta última tem um
título deveras sugestivo, acrescente-se: Testiculos Habet et Bene Pendentes (a razão de ser aqui).
Que mais pretenderemos conhecer acerca da humanidade senão estas histórias secretas?
A lista é infindável, embora incompleta. Falta-nos, obviamente, uma história
secreta das histórias secretas. Fica a sugestão.
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