Os ladrões usam gorro cinzento, cachecol escuro e camisa
às riscas. Alguns levam uma lanterna de furta-fogo no bolso. Por outro lado, apaixonam-se
por raparigas robustas, coleccionam postais e às vezes usam uma tatuagem no
braço esquerdo, uma flor, um barco e um nome: Rosita. Todos os ladrões estão
apaixonados por Rosita e eu também. Os ladrões sabem assobiar, sair dos carros
em movimento e dançar valsa. Amam principalmente a mãe idosa e quando esta
morre cantam um tango, choram desconsoladamente e dos objectos deixados pela
morta, a repartir entre irmãos, elegem uma virgem de prata e o canário.
Raúl González Tuñón, traduzido por HMBF a partir da
versão coligida por Marta Ferrari, in Poesía Argentina - Antología
esencial, vol. 7 da colecção La Estafeta del Viento, dirigida por Luis
García Montero e Jesús García Sánchez, Visor Libros, 2010, p. 44.
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