domingo, 4 de novembro de 2018

VIVA O CAPITALISMO



Quando a globalização do capitalismo era tema cheguei a discuti-lo nas aulas , um dos elogios que se fazia a esse fenómeno pós-Guerra Fria era a queda dos muros, a transposição das fronteiras. O mundo iria ser só um, todos a prosperarem à conta da produção e do consumo. Entretanto, verificou-se que a globalização do capitalismo serviu sobremaneira as multinacionais que facilmente se deslocam para onde conseguem mão-de-obra mais barata. Não serviu as populações. Essas, em vez de depararem com fronteiras abertas, deparam hoje com muros intransponíveis, sejam eles na América ou na Europa. Conclusão: desenvolvemo-nos, progredimos, crescemos à conta da exploração de povos mais fracos, aos quais impusemos a nossa vontade e a nossa força. Qual a diferença para o que se passa hoje? A escravatura deixou de ser legitimada pelo papel, mas mantém-se prática no dia-a-dia. O capitalismo global é isto: muros para as pessoas, via verde para as multinacionais.

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