terça-feira, 22 de setembro de 2020

A BALANÇA VAI NUA

Podemos partir do princípio de que se trata de uma brincadeira, uma partida inserida no contexto de regresso às aulas, recepção ao caloiro, praxes, essas coisas. Ou então é mesmo verdade e a insanidade assaltou por completo o mundo, infiltrando-se por todas as chamadas instituições clássicas, corroendo os alicerces que vão mantendo relativamente equilibradas as sociedades democráticas. Maçonaria e a Eterna Fêmea, o programa de um mestrado em Direito, é o título da notícia. Estive a ler o programa completo e fiquei interessado. A sério. Sempre tive interesse em compreender "a crítica da transformação de facto do Direito em torto". Não sei quanto se paga para aprender estas coisas, mas não há-de ser mais do que o valor despendido em biblioterapia ao longo de um  ano. E por certo não terá a mesma graça curar uma dor de dentes a ler Beckett ou ser introduzido ao "torto tribal penal" através da "substituição da moral de Cristo pela imoralidade da besta". O que valem Kafka ou Joyce ou Ionesco diante da verve de um tal Francisco Manuel Fonseca de Aguilar, docente de Direito na torta Universidade de Lisboa? Dispenso-me de comentar toda a problemática marxista e feminista que o programa se propõe esmiuçar, até porque o meu interesse vai particularmente para o "julgamento dos crimes (e.g. dos genocídios) misândricos e cristofóbicos do socialismo de género e identitário pelo modelo da herança dos julgamentos de Nuremberga dos crimes anti-semíticos do socialismo racial". Há todo um leque de tópicos a ter em conta neste mestrado que encostam Kant às linhas. "Violência doméstica como disciplina doméstica", a título de exemplo, é ilustrativo do que estamos a falar. O que esperar do Direito (penal, no caso em apreço) quando nos deparamos com estes exemplares de lucidez e elevada cultura nas nossas universidades? Eu espero que se envesgue. E vocês?

1 comentário:

Transhümantes disse...

A última vez que se pensou tratar de uma "brincadeira" durou 41 anos...a brincadeira da "democracia" já dura 46...portanto faz todo o sentido que se voltem a levantar as bestas.

Abraço!