Assim muito de repente e para acabar de
vez com o assunto, gostava que me explicassem quais foram as cedências do
tecnocrata Leão que deveriam levar à aprovação do OE. Andam para aí a dizer que
o Governo fez cedências. Querem explicar quais?
Depois de andar a acenar a bandeira da
bazuca durante as autárquicas, o PM encolheu-se em matérias centrais propostas
pelo PCP. Para os "trabalhadores e para o povo" (é uma maneira de dizer
mais desfavorecidos) não há bazuca.
Costa lembra-me os meus antigos patrões
do hipermercado livreiro, que estavam convencidos de que motivavam
"colaboradores" com prémios de 1% sobre salários mínimos ou 9%, nos
casos mais optimistas, mediante objectivos quase sempre inatingíveis. E de três
em três meses lá ofereciam um cabaz com azeite e chouriços aos livreiros de
excelência, os 100% em matéria de comportamento. Sic. Isto, meus amigos, é
gozar com quem trabalha. Assim como os 0,25% para a cultura são uma ofensa a
todos os profissionais da cultura.
Os desiludidos do BE deviam andar a
dormir há um ano quando o BE votou contra o OE de 2021, o da pandemia. Os que
agora criticam a posição do PCP mas nunca votaram PCP, porque é muito radical e
de extrema-esquerda e o diabo a sete, bem podem abrir os olhos. O PS está a
trabalhar para a maioria absoluta. O próximo governo terá nas mãos dinheiro
como nunca houve no país, o PS não está para negociar tais valores com
parceiros que defendam medidas estratégicas e centrais junto das classes mais
desfavorecidas. O prémio vai para os administradores.
Quanto ao papão Ventura é um mito. O
Chega vai passar a ter o número de deputados que o CDS tinha porque o Chega
congrega os arrependidos do CDS e do PPD mais uns grunhos cheios de ódio cujo
pensamento radical jamais passará na AR sem revisões da Constituição. Portanto,
ter essa gente na AR sob a bandeira do CDS ou do Chega é igual ao litro. Já lá
estiveram. O Ventura é uma invenção do Passos Coelho, nunca se esqueçam disto. A ideia de que a esquerda se aliou ao Chega é muito curiosa se tivermos em conta quem votou contra as propostas de aumento do salário mínimo para 850 €, alteração ao regime de arrendamento urbano, regime excepcional e temporário de preços máximos para combustíveis, regime de preços máximos no gás, impedir o aumento de 3% na tarifa regulada, 35 horas para todos os trabalhadores, mínimo de 25 dias de férias, etc, etc, etc... Querem verificar?
Vão contribuir para a maioria absoluta
que o PS pretende? Pois muito boa sorte.
Ora tomem lá um micróbio, vem na página 82 ("Micróbios", Abysmo, Outubro de 2021):
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