Sempre
que está de férias, o cinéfilo nostálgico lembra-se de Bonjour Tristesse, de
Otto Preminger. O romântico pessimista lembra-se de Mónica e o Desejo, de
Ingmar Bergman. O optimista lembra-se de Conto de Verão, de Éric Rohmer. O
cinéfilo paranóico lembra-se de Brincadeiras Perigosas, de Michael Haneke e o
medroso, como é óbvio, só pensa no Tubarão, de Spielberg. O cinéfilo
aventureiro lembra-se de A Praia, de Danny Boyle, e o trágico passa o tempo a
pensar em O Náufrago, de Robert Zemeckis. O cinéfilo solitário com tendências
suicidas pensa em Into The Wild, de Sean Penn, e o cinéfilo obcecado por
política não consegue deixar de pensar em Babel, de Alejandro González
Iñárritu. O cinéfilo de bom gosto lembra-se de Kikujiro, de Takeshi Kitano, e o
de péssimo gosto lembra-se de uma qualquer comédia sobre férias catastróficas.
Há várias e são todas péssimas.
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