terça-feira, 19 de julho de 2022

CINEMATÓGRAFO

 

Sempre que está de férias, o cinéfilo nostálgico lembra-se de Bonjour Tristesse, de Otto Preminger. O romântico pessimista lembra-se de Mónica e o Desejo, de Ingmar Bergman. O optimista lembra-se de Conto de Verão, de Éric Rohmer. O cinéfilo paranóico lembra-se de Brincadeiras Perigosas, de Michael Haneke e o medroso, como é óbvio, só pensa no Tubarão, de Spielberg. O cinéfilo aventureiro lembra-se de A Praia, de Danny Boyle, e o trágico passa o tempo a pensar em O Náufrago, de Robert Zemeckis. O cinéfilo solitário com tendências suicidas pensa em Into The Wild, de Sean Penn, e o cinéfilo obcecado por política não consegue deixar de pensar em Babel, de Alejandro González Iñárritu. O cinéfilo de bom gosto lembra-se de Kikujiro, de Takeshi Kitano, e o de péssimo gosto lembra-se de uma qualquer comédia sobre férias catastróficas. Há várias e são todas péssimas.

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