Gostei muito deste western de Jacques Audiard, de quem já
havia visto com bastante interesse "Um Herói Muito Discreto" e
"De Tanto Bater o Meu Coração Parou". Sobre este cheguei a escrever
um apontamento deveras entusiástico. As personagens de Audiard são humanas,
demasiado humanas, o que ajuda a entender os motivos por detrás de opções e acções
menos aceitáveis. Sem justificar, torna compreensível. Com um elenco de luxo
(John C. Reilly, Joaquin Phoenix, Jake Gyllenhaal), "Os Irmãos
Sisters" podem não acrescentar nada a um dos mais antigos géneros
cinematográficos, mas conservam-no inteligentemente vivo pela mão de um
realizador francês a quem o humor negro não é nada estranho. Toda a sequência
da prospecção com recurso a uma fórmula química é de uma pertinência
insofismável, mostrando por A + B como o falanstério idealizado pelo
intelectual de serviço se transforma em castelo de areia nas mãos gananciosas e
emocionalmente descontroladas de um dos elementos da comunidade. A espaços, fui
lembrando "O Tesouro De Sierra Madre", de John Huston, baseado num
romance do misterioso B. Traven. "Os Irmãos Sisters" parte também de
um romance de Patrick deWitt, que não conheço mas fiquei com vontade de
conhecer. Bela história, belo filme. A rever.
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