— Morri-te ao aprender a nova boca
em que outra palavra já se escreve
e se recusa um amanhã igual —
o mesmo amanhã de cíclicos regressos...
qualquer amanhã sabido
ou por saber...
Morri-te ao inventar uma gramática
que dissesse em nova
língua a minha alma.
Porquê um corpo? Para quê um corpo?
Nele dormitam já os vermes do futuro,
nele habitam já os germes
de um porvir
que agora são prazer e logo o sono.
(Pausa.)
Luísa Freire, in Monólogo para uma janela no escuro, Companhia das Ilhas, Fevereiro de 2024, pp. 22-23.
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