Eu, que não tenho nada que ver com aquele esterco, entro no Facebook e mamo com aquilo, abro o X e mamo com aquilo, passo pelo YouTube e lá está aquilo, ligo as televisões e é só aquilo, olho para as capas dos jornais e é aquilo... O fenómeno viral tomou conta das nossas vidas, instalou-se na AR e vai votar leis com implicações na vida de todos. Aquilo é uma miscelânea de oportunistas, xenófobos, racistas, salazaristas, negacionistas, saudosistas, protofascistas, levados ao colo por meios de comunicação famintos de soundbites que alimentem audiências, rendidos às regras da sociedade do espectáculo, eleitos por gente desesperada e enraivecida. Ainda andam a discutir o que é aquilo? Estão admirados? A sério? Com uma justiça inoperante a dar de comer àquilo? Com sucessivos casos de corrupção a alimentarem aquilo? Com Presidentes da República boçais e ministros indiferentes aos protestos dos profissionais que tutelam? Deixem de ser sonsos. Todos a contribuírem para que aquilo esteja incessantemente na sombra, como uma cantiga medíocre que, de tantas vezes ouvida, até que entra no ouvido e, depois, sem que percebamos como damos por nós a trauteá-la. Habituem-se, dizia o outro. Já estamos a habituar-nos. O orçamento mais à esquerda de sempre valeu.
domingo, 10 de março de 2024
BLA, BLA, BLA
Eu, que não tenho nada que ver com aquele esterco, entro no Facebook e mamo com aquilo, abro o X e mamo com aquilo, passo pelo YouTube e lá está aquilo, ligo as televisões e é só aquilo, olho para as capas dos jornais e é aquilo... O fenómeno viral tomou conta das nossas vidas, instalou-se na AR e vai votar leis com implicações na vida de todos. Aquilo é uma miscelânea de oportunistas, xenófobos, racistas, salazaristas, negacionistas, saudosistas, protofascistas, levados ao colo por meios de comunicação famintos de soundbites que alimentem audiências, rendidos às regras da sociedade do espectáculo, eleitos por gente desesperada e enraivecida. Ainda andam a discutir o que é aquilo? Estão admirados? A sério? Com uma justiça inoperante a dar de comer àquilo? Com sucessivos casos de corrupção a alimentarem aquilo? Com Presidentes da República boçais e ministros indiferentes aos protestos dos profissionais que tutelam? Deixem de ser sonsos. Todos a contribuírem para que aquilo esteja incessantemente na sombra, como uma cantiga medíocre que, de tantas vezes ouvida, até que entra no ouvido e, depois, sem que percebamos como damos por nós a trauteá-la. Habituem-se, dizia o outro. Já estamos a habituar-nos. O orçamento mais à esquerda de sempre valeu.
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