DOMINGO

 
Há dias fiz uma coisa que não fazia há muito, assisti à Eucaristia Dominical na RTP. Teve a função lugar no Santuário de Nossa Senhora de Brotas, Mora, presidida por um padre jovem que, enfim, lá foi dizendo umas coisas velhas que continuam, vá-se lá saber porquê, a tocar o coração das gentes. Tudo meticulosamente encenado. Plateia maioritariamente feminina. Do sexo masculino, praticamente apenas rapazinhos muito bem penteados. Alguns, em fila, foram ler umas coisas. Um mais atrapalhado do que os demais, mas todos visivelmente contentes por estarem a ser filmados. O coro era afinado, bastante agradável de se ouvir. Fiquei a ver aquilo na esperança de apanhar uma parvoíce qualquer que viesse a dar post. Sempre achei estes rituais caricatos, pelo que exulto com as falhas, os lapsos, os imprevistos. Nada, tudo normal, ritual, banal. Fiquei eu a sentir-me mal. Que raio, eram só pessoas a iniciarem uma manhã de domingo em comunidade. Não fosse o oportunismo da ICAR, aquilo até seria aceitável. O que não se pode aceitar é que continue a ser exibido pela RTP, a televisão pública de uma república laica. Seja como for, entre a missa e o Aqui Portugal, o Somos Portugal ou o Domingão venha o diabo e escolha.