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Ela adorava olhar as flores
cheirar a fruta
E as folhas tinham a aparência do amor
Mas uns bandalhos de uns marinheiros bêbedos
cambalearam-lhe pelo sono adentro
a espalhar esperma
pela paisagem virgem
Numa certa idade
o coração dela virou de bordo
demandando as costas perdidas
E ouviu cantar os pássaros verdes
do outro lado do silêncio
Lawrence Ferlinghetti, in Uma Coney Island da Mente, tradução de Margarida Vale de Gato, Antígona, Março de 2024, p. 69.
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