O perdido procura na tempestade
um nome para o Sem Nome e como prova
nomeia um nome.
Aquele que num esforço interminável
aprendeu a viver sem nome
uiva de angústia
e cambaleia no nome
que como prova
nomeou o perdido.
O Sem Nome
perde-se no nome
para o seu nome nenhum. E cambaleia
na tempestade do uivo: perdido
na tempestade
a exibir uma flor nascida
da angústia do seu esforço interminável
para provar Deus
: na tempestade
perdido à procura
do que perdido se perde
assim nomeado
com esse nome.
Leónidas Lamborghini (1927-2009), versão de HMBF a partir
do original coligido por Marta Ferrari, in “Antología – La poesia del
signo XX en Argentina”, vol. 7 da colecção La Estafeta del Viento,
dirigida por Luis García Montero e Jesús García Sánchez, Visor Libros,
2010, p. 249. Trabalhou como tecelão antes de se dedicar, a partir
de 1955, ao jornalismo e à poesia. Militante peronista, exilou-se no México com
a família entre 1977 e 1990. No início, a sua poesia paródica ocupou uma
posição marginal na literatura argentina. Hoje é uma voz reconhecida por haver
recuperado a poesia gaúcha oferecendo-lhe uma força insubmissa através da
paródia e do riso.
um nome para o Sem Nome e como prova
nomeia um nome.
Aquele que num esforço interminável
aprendeu a viver sem nome
uiva de angústia
e cambaleia no nome
que como prova
nomeou o perdido.
O Sem Nome
perde-se no nome
para o seu nome nenhum. E cambaleia
na tempestade do uivo: perdido
na tempestade
a exibir uma flor nascida
da angústia do seu esforço interminável
para provar Deus
: na tempestade
perdido à procura
do que perdido se perde
assim nomeado
com esse nome.
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