"De Janeiro a Agosto de 2024, as contribuições dos
imigrantes para a Segurança Social já somaram 2198 milhões de euros. E, em
prestações sociais – subsídios de desemprego, prestações familiares ou de
parentalidade, as mais comuns entre estes cidadãos – os estrangeiros só
receberam cerca de 380 milhões de euros. Ou seja, o saldo positivo, nestes oito
meses – de 1818 milhões de euros – é quase o mesmo que as suas contribuições ao
longo de todo o ano de 2022. (...) Os dados, fornecidos ao PÚBLICO pelo
Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS), mostram ainda
que em 2024 são as mesmas cinco nacionalidades que mais contribuem para a Segurança
Social: brasileiros, indianos, nepaleses, cabo-verdianos e espanhóis. Nestes
oito meses de 2024, os brasileiros foram os maiores contribuintes, o que não
surpreende, dado que representam a maior comunidade de estrangeiros (são 35% do
total de imigrantes): contribuíram com 824,5 milhões, ou seja, 37,5% do total.
De seguida foram os indianos, com quase 145 milhões (estes cidadãos representam
apenas 4,2% da população estrangeira). Depois, em terceiro lugar no topo das
contribuições, ficaram os cidadãos do Nepal, com 93,147 milhões (são quase 3%
dos estrangeiros), os de Cabo Verde, com 83 milhões (são 4,68% dos
estrangeiros), e os de Espanha com 70 milhões de euros (são quase 2% dos
estrangeiros)."
1 comentário:
É claro e evidente!
Eu não leio o Público nem consulto nenhum meio de comunicação social, absolutamente nenhum, porque qualquer mentira que exponham passa a ser verdade, e, com tal, as notícias ou as informações por eles fabricadas deixam de ter a função de comunicar uma mensagem para acabar transmitindo uma incógnita. Esse é o jogo que eu não jogo com o poder, pois está no seu campo de batalha e serei sempre o jogador vencido. Eu sei o que é o poder, e isso é o que me importa, poupando-me assim de mascarar de Sherlock Holmes ou decifrador de Sudokus verbais.
Mas, pegando no texto que puseste, quando se lê “contribuições”, soa bem, soa até a uma visão da “esquerda altruísta”, coisa que o Público abomina pela sua natureza fascizóide. Os emigrantes não contribuem; é-lhes roubado, como a qualquer cidadão português que esteja sob tutela do “Pai Estado”. Ninguém pergunta quanto quer pagar, se quer ou se pode pagar. O Estado assalta o cidadão, pois é o mesmo Estado que o ensina a aceitar ser roubado; senão, ele aprenderia a ser autosuficiente, a viver em comunidade e a entender que não precisa do Estado para nada.
O Público vende não os emigrantes, mas sim a ideia de que os emigrantes são uma fonte de rendimento para o país que é de “todos” (menos dos emigrantes e dos cidadãos), uma espécie de selecção nacional constituída com o negócio esclavagista e negreiro, levado a cabo pelo próprio Estado para beneficiar as grandes empresas privadas e o mercado (o divino MERCADO), especialmente as multinacionais, que nem pagam impostos.
A emigração é um negócio, mas não foi assim que nos ensinaram nas instituições de adestramento; como tal, até se aceita bem a palavra e parece natural. A emigração é natural se houvesse natureza, mas nem isso já existe, pois os covardes e traidores de todos os estados e impérios resolveram que saquear é que é natural. Portanto, a história da emigração é a história do poder, da exploração, do sacrifício; é a história da escravatura, decorada pela perseguição, como se esta se tratasse do jogo da cabra-cega. Muito giro e aceite pela sociedade.
Isto era só um comentário; seria bom que se começasse a chamar a emigração por outro nome, para podermos vê-la com os olhos daquilo que ela é. Neste momento, não só em território português, estamos a assistir a uma Plantação de seres humanos, que por certo já passou em outros países com a função de os descontextualizar, de lhes retirar a voz, explorar ao máximo a sua mão-de-obra e criar, obviamente, divisões sociais e conflito. Essas coisas de esquerdas e direitas, que abomino, continuam a servir, como sempre, o poder com os seus ideais ficcionais, posições de vómito e exercendo um malabarismo ideológico que não serve para nada. Ninguém emigra por prazer, e, quando acontece e nos vendem o bem que vivem, nada mais são do que mercenários do mercado capitalista que vão à procura de salários mais altos e estatuto.
Falo por mim, que sou emigrante e não saí à procura de estatuto, mas para aprender a língua do colonizador, porque me sentia mal (ou me fizeram sentir mal) por não a saber. Um erro crasso que reconheço e, portanto, me encontro a rectificar.
Saúde!
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