Habituámo-nos aos estágios não remunerados como se fossem
parte integrante de um natural percurso profissional. Elogiamos o voluntariado
por si só, como se, em muitas circunstâncias, ele não passasse de oportunismo. Andamos
para aí a apregoar o empreendedorismo como se o mundo fosse uma lâmpada de
Aladino. O trabalho não remunerado entrou nas nossas vidas com a maior das
normalidades. É uma oportunidade, é um investimento, é beneficência. E ser mal
pago é melhor que não ser pago. Bardamerda. Quem trabalha tem que ser pago
conforme o fruto do seu esforço, ninguém deveria aceitar esta onda de vassalagem.
Mesmo que nos contentemos com o rebuçado, devemos pensar no outro, no
desempregado, na sua necessidade de trabalho, nos explorados, nas pessoas cujo
trabalho gera uma riqueza da qual jamais sentem sequer o cheiro. O agravamento
das assimetrias sociais e o desemprego não são por acaso, estão interligados
por uma corrente de abusos que tem na ganância o seu principal motor e no puro
egoísmo a mais básica das causas.
2 comentários:
Os estágios servem para muita coisa, incluindo não ter empregados, nem mesmo precários. Estagiário é uma espécie de empregado de brincadeirinha!! Não para o próprio, mas para quem oferece o estágio!!
Em suma, uma filhadaputice.
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