terça-feira, 20 de dezembro de 2016

ELFOS

Vão-me chamando elfo, o melhor dos elfos, aquele que produz e almeja um objectivo como o galgo almeja o coelho. Dia para dia, cada imagem é pior do que a anterior. Sobrepõem-se como cenas num pesadelo que parece não ter fim, tal o infantilismo que nos obsidia e serve para disfarçar a incúria, o descaso, a ganância assassina que deforma o mundo. Patranhas motivacionais que encalham no mundo do trabalho sem dar à costa nas contas bancárias de quem trabalha, os elfos. Eles eram belos, mágicos. Anões. Eles continuam anões, divindades menores de uma natureza esquecida, roubados à floresta para dentro de Centros Comerciais onde quotidianamente vêem a magia perecer aos pés da paciência e vêem a paciência falecer aos pés do cansaço.