terça-feira, 6 de dezembro de 2016

FAZ DE CONTA

Há dias fui jantar com um grupo de amigos. Amigos com histórias para contar. Algumas com 20, 25, 30 anos. Amigos de infância, amigos de adolescência. Enfim, velhos amigos. Uns mais, outros menos. Cada qual com a sua vida, seguindo o seu rumo, em direcções por vezes opostas. Mas amigos. Como pode alguém ser amigo de alguém de quem jamais seria amigo na vida real? Isto é, fora de uma rede social. A rede social também é real, mas será real o que se passa na rede social? Suponho que o conceito de pós-verdade tenha que ver com isto. Suponho que comece aqui. Não é verdade que as pessoas sejam amigas, entre elas estabelecem-se elos interesseiros que nada têm que ver com a amizade. São amigos a brincar. A pós-verdade é uma verdade a brincar, reflecte a tal infantilização do mundo que temos vindo a denunciar. O mundo está cada vez mais faz de conta. Recuso juízos de valor sobre isso, limito-me a constatá-lo. 

3 comentários:

Claudia Sousa Dias disse...

Sim e não. Nas redes sociais tenho amigos que já o eram antes de conhecer sequer a internet. Outros que se tornaram amigos, mas que os conheci aqui na blogosfera, ainda antes de qualquer rede social (que a única que utilizo mesmo ainda é o facebook).

A maior parte dos "amigos" são apenas contactos. Mas passar daí à amizade não é impossível. Nem pouco mais ou menos.

hmbf disse...

Olá Cláudia, eu não nego à partida uma ciência que desconheço.

Claudia Sousa Dias disse...

:-)