Há dias fui jantar com um grupo de amigos. Amigos com histórias para
contar. Algumas com 20, 25, 30 anos. Amigos de infância, amigos de
adolescência. Enfim, velhos amigos. Uns mais, outros menos. Cada qual com a sua
vida, seguindo o seu rumo, em direcções por vezes opostas. Mas amigos. Como
pode alguém ser amigo de alguém de quem jamais seria amigo na vida real? Isto
é, fora de uma rede social. A rede social também é real, mas será real o que se
passa na rede social? Suponho que o conceito de pós-verdade tenha que ver com
isto. Suponho que comece aqui. Não é verdade que as pessoas sejam amigas, entre
elas estabelecem-se elos interesseiros que nada têm que ver com a amizade. São
amigos a brincar. A pós-verdade é uma verdade a brincar, reflecte a tal
infantilização do mundo que temos vindo a denunciar. O mundo está cada vez mais
faz de conta. Recuso juízos de valor sobre isso, limito-me a constatá-lo.
3 comentários:
Sim e não. Nas redes sociais tenho amigos que já o eram antes de conhecer sequer a internet. Outros que se tornaram amigos, mas que os conheci aqui na blogosfera, ainda antes de qualquer rede social (que a única que utilizo mesmo ainda é o facebook).
A maior parte dos "amigos" são apenas contactos. Mas passar daí à amizade não é impossível. Nem pouco mais ou menos.
Olá Cláudia, eu não nego à partida uma ciência que desconheço.
:-)
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