Hoje tinha uma grávida muito grávida, uma idosa muito idosa,
um pai com duas crianças ao colo e um jovem de cadeira de rodas na fila. Também
me pareceu ver um deficiente mental. Fiquei sem saber a quem dar prioridade.
Telefonei para a entidade reguladora das prioridades a expor a situação e fui
informado de que nestes casos deverá ter prioridade quem chegou primeiro.
Chegaram todos ao mesmo tempo, expliquei. Então, a entidade reguladora das
prioridades aconselhou-me a entrar em contacto com a entidade reguladora das
pressas. Nisto, o pai com as duas crianças desistiu de esperar. A idosa muito
idosa, cada vez mais idosa, retirou-se em silêncio. A grávida muito grávida
verteu águas. Tive de chamar o INEM. O jovem da cadeira de rodas ergueu-se
subitamente e desatou numa gritaria: milagre, milagre, milagre. Tinha, sem
dúvida, problemas mentais. Perdi todos os clientes, mas foi uma manhã deveras
animada.
2 comentários:
Numa situação dessas, é fechar o estabelecimento e meter toda a gente na rua.
Pode ser que um dia venha a ter esse privilégio.
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