Não me incomoda nada que as pessoas se convertam, que mudem
de opinião, que dêem a volta ao mundo das utopias adoptando a cada dia uma nova, que voltem do avesso a consciência, até
que se contradigam, que hoje digam uma coisa, amanhã outra, que ontem tenham
sido fascistas e hoje se declarem comunistas, que ontem tenham sido maoístas e
hoje se declarem católicos apostólicos romanos. A única coisa que me incomoda é
que a conversão de nada lhes sirva. Podem apregoar os mais perfeitos ideais, podem advogar as mais beneméritas teses, podem bater-se pelo bem universal. Podem. No
dia-a-dia, quotidianamente, rosto a rosto, continuam a ser umas bestas-quadradas, mesquinhas, hipócritas,
insidiosas, maldosas. E nada fazem para o disfarçar. Que o bem lhes sirva para
alguma coisa não é bem que nos seja dado a ver. Mantêm-se iguais a si próprias,
de nada lhes serviu a luz do Senhor.
P.S.: há dias, colega de trabalho dizia em tom de desabafo: a mais
frustrante das secções é a auto-ajuda, não há livro que valha a quem os
procura. Daí que vendam tanto. Nem mais.
4 comentários:
belo comentário o do seu colega
Também achei.
Mas, nem um?! :)
Zero. Aquilo é tipo comprar heroína para combater a toxicodependência.
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