A QUEM NA CIDADE ESTEVE TÃO LONGO TEMPO
A quem na cidade esteve tão longo tempo
sabe como é grato olhar para a face serena
e aberta do céu, erguer uma prece
ao firmamento azul que para nós sorri.
Quem será mais feliz, se com alma jubilosa
descansa num acolhedor lugar entre a erva
ondulante, e lê uma aprazível história
daqueles que se abandonaram ao amor?
Ao entardecer e no regresso a casa, escuta
a canção do rouxinol e depois com o olhar
segue o caminho de uma pequena nuvem;´
lamenta, então, a pressa com que passou o dia
semelhante a uma lágrima caída de um anjo
que atravessa a transparência do céu, silenciosa.
John Keats (n. 31 de Outubro de 1795, Moorgate, Londres - m. 23 de Fevereiro de 1821, Roma), in Poesia Romântica Inglesa, trad. e pref. Fernando Guimarães, Relógio d'Água, Fevereiro de 2010, p. 123.
1 comentário:
Um belo poema de um grande poeta, que infelizmente, que eu saiba, não tem um único livro traduzido no nosso país.
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