sexta-feira, 8 de junho de 2018

UM POEMA DE JOHN MATEER


OS LIVROS

Nem todos os livros foram lançados às fogueiras.
Alguns, como Ibn Zumbul conta, foram guardados em mesquitas abandonadas.
O nosso Viajante, ouvindo isto, foi levado a uma mesquita,
e através do buraco da fechadura não viu nada
mas ouviu — não o vento — o restolhar de vermes.
Talvez, pensou, todos os livros sejam o Não-criado.


John Mateer (n. 1971, Roodepoort, África do Sul), in Drescrentes, Debout Sur l'Oeuf (DSO), Outubro de 2015, p. 46.

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