TEORIA DO JARDIM
Nenhum jardim fala do seu dono:
aqui, uma pálida zona de rosas
que denunciam sua própria beleza;
uma fila de gladíolos amarelos, gerados
pela torção de espadas verdes
e ao pé do muro circundante
um sussurro húmido de violetas. Em nada disto
reconheço a minha política depressiva
nem na sua organização
as ironias do meu cérebro. A cena respira
ao ritmo inverso dos meus pulmões:
seu presente são folhas matizadas de sol
que apenas com o vento falam
enquanto, para sempre afastado desse reino,
meu passado jaz debaixo da erva.
Joaquín O. Giannuzzi (n. Buenos Aires, 29 de Julho de
1924 – m. Campo Quijano, Salta, 26 de Janeiro de 2004), versão de HMBF a partir
do original coligido por Marta Ferrari, in Antología – La poesia del signo
XX en Argentina, vol. 7 da colecção La Estafeta del Viento, dirigida por
Luis García Montero e Jesús García Sánchez, Visor Libros, 2010, p. 202.
3 comentários:
não resisto, vou roubar. obrigadinha, Henrique. :)
;-)
Maravilhoso poeta...
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