quinta-feira, 11 de julho de 2019

CHORRILHO DE IDEIAS FEITAS


O assunto já fede, mas façamos um resumo: a historiadora revelou-se ignorante ao escrever que a mutilação genital feminina é “imperativa nas tribos muçulmanas” (a mutilação genital feminina precede o islamismo e não é praticada em muitos países muçulmanos).
Evidenciou também uma lógica absurda com a enigmática genealogia do “nem uns nem outros [africanos e ciganos] descendem dos Direitos Universais do Homem”, não se percebendo se os direitos deixaram entretanto de ser universais ou se há direitos de autor a pagar, e o non sequitur “os africanos são abertamente racistas”, como se ficasse legitimado o racismo dos brancos, quando a única conclusão que se poderia retirar – se se desse por válida a observação – é que também na propensão para o racismo alguns brancos e negros não se distinguem e transcender as nossas tendências naturais é um desafio comum a todos os homens. Enfim, frise-se ainda o insondável mistério que são as defesas inflamadas da “entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade” sem um resquício de bondade cristã.
Como discutir serenamente o delicado e complexo tema das quotas étnico-raciais depois da diatribe da Doutora Bonifácio?

Vasco M. Barreto, aqui.

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