Ao ouvir Georg Friedrich Händel ocorreu-me a
possibilidade de estar a escutar música escrita por um eunuco. Deu para
perceber que é um tecnicista, espécie de Satriani do Barroco. Não gosto de
perfeccionistas, deixam-me a sensação de terem passado ao lado da vida. Por
outro lado, o que é a vida? Um aglomerado de experiências e de projectos
inacabados ou o mergulho a pique dos especialistas? Consigo admirar tanto
algumas pessoas que denotam um vasto conhecimento de uma única matéria como as
que sabem um pouco de tudo sem conhecerem nada a fundo. Por quem não tenho
admiração alguma é pelos preconceituosos e pelos patetas que se julgam mais
espertos do que os outros, menosprezando o saber de cada um. Seja ele
superficial ou profundo. Enfim, não gosto nada da música de Händel.
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