quarta-feira, 6 de maio de 2020

CESSAR-FOGO


Hoje fui acordado por isto. Não foi uma sensação agradável, pois estava a ter um sonho muito estimulante. Não o vou partilhar porque dará em conto. Talvez até venha a concorrer com ele a um prémio sem prémio, desses que pululam no dia da língua portuguesa para fingir que estamos deveras empenhados no assunto. Não sei se o António tem tido sucesso com os seus apelos. Julgo que não. Centenas de manifestantes armados invadiram o parlamento do estado de Michigan para protestar contra o distanciamento social. É uma ideia inteligente, apontar uma arma à cabeça de alguém obrigando-o a aproximar-se de nós. É como meter espantalhos numa horta com as mãos cheias de sementes. Que outra coisa senão as armas poderão servir para acabar com o distanciamento social? As pessoas do Michigan são muito espertas, como nos EUA em geral. Esta coisa do covid-19 fez com que a compra de armas por lá tivesse aumentado imenso. Se eu fosse director de marketing de uma fábrica de tanques de guerra, baptizava de covid-19 um tanque ou uma metralhadora ou uma bazuca e fazia granadas de mão com a figura do vírus. Tem uma forma tão engraçada, o vírus. Cada vez que vejo um vírus desato à gargalhada, de tão engraçada ser a forma do vírus. Com aqueles corninhos todos devem ter uma existência muito viciosa. Se não se põem a pau, Deus Nosso Senhor ainda encaminha mais esta sua criação para o Inferno. Entretanto, aproxima-se a época dos fogos. Estamos todos ansiosos para perceber se os fogos vão dar ouvidos ao António. Este ano a canção do Toy, “Chama o António”, terá toda uma nova carga simbólica. Vou telefonar ao Toy a perguntar se ele não quer escrever já uma canção com o título “António em Chamas”. Pode estar aqui a nascer um grande sucesso comercial, uma via de escape aos prémios sem prémio.

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