sexta-feira, 23 de outubro de 2020

UM POEMA DE SOUSA FERNANDO


 

MELÂNQUICO 1

tu não existência taciturna tu não
que nasceste tão cedo com o vento
tu não

netos que vindes
clamo-vos esta fúria de ser vivo
de ser só
ser ateu

CRU
como é mórbido aclimatar-te.


Sousa Fernando, Melânquico, Livros sem Editor (Orientação de José de Matos-Cruz), Coimbra, 1970, p. 7.

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