Ao Manuel Ferreira
e ao Alexandre Cabral
Lá fora,
para além das grades que cerram os olhos dos sitiados,
a vida não pára de oferecer o amanhã dos dias futuros
e o progresso irrompe das próprias injustiças.
Pombas brancas, azuis, cinzentas, negras,
pombas de todas as cores,
constroem seus ninhos nos telhados
e transmitem aos homens mensagens de Paz,
num esvoaçar de esperanças...
Lá fora,
as tempestades agitam o Mundo;
o sangue dos mutilados mistura-se nas águas dos rios:
os corações despertam para a longa caminhada.
Eh!... vagabundos de todos os caminhos:
acordai!
A noite terminou. Desponta a madrugada.
Vinde!
Não fiqueis fechados
nos destroços disfarçados
da curva da estrada.
Domingos Carvalho, in Charneca do Monte Agreste, capa e vinhetas de Figueiredo Sobral, Edição da Empresa de Publicidade «Seara Nova», Março de 1959, pp. 58-59.
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