terça-feira, 6 de abril de 2021

UM POEMA DE MANUEL DE FREITAS

 


BOA MORTE

As informações eram claras:
havia apenas um autocarro por dia,
o que tornava o regresso duvidoso.

Mas parece-me agora natural
que a Boa Morte seja inacessível,
em tudo tão diferente do teu corpo.

Não se pode acreditar num mapa,
numa vida. Apagam-se, como levadas
secas, todas as palavras que escrevi.


Manuel de Freitas, in Boa Morte, edição do autor, com capa de Luís Manuel Gaspar, Novembro de 2008, p. 20.

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