domingo, 25 de julho de 2021

OTELO SARAIVA DE CARVALHO (1936-2021)

 


Sabemos o que esperar de vossas excelências se voltarmos a cheirar o mofo da tirania. Dos anarquistas pós-modernos, com rabo entre as pernas, aos liberais pacifistas, capados pela tesoura do capital e esterilizados pelo sainete do empreendedorismo, é todo um aziúme a coisa estragada que nem para estrumar serve. Dar peito às balas? 'Tá quieto. Têm drinks agendados para o futuro inteiro. Olhem para a maravilhosa paisagem alentejana sob estufas, a ver se a Revolução vai no bom caminho. Pequena amostra de sonhos e de liberdade esfumados. 

Sobre luto nacional tenho a mesma opinião que há muito formei acerca de condecorações no Dia de Portugal, o país homenageia os cretinos que bem entende. De Joe Berardo a Lúcia dos Santos é um fartote. Que haja quem não se curve a tais homenagens, escapando a elas tanto em vida como na morte, é o que nos sobra de esperança. Há circunstâncias em que a maior honra que se pode receber é ser desprezado por gente desprezível.


Obrigado, Otelo.

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